sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

DESPERTAMENTO (um conto em versos)

Por acaso, olhei para o céu.

E, admirada, vi estrelas.

E de repente me dei conta:

— Há quanto tempo eu não via estrelas!

Aliás, há quanto tempo eu não olhava para o céu?


Minha filha de oito anos chamou-me a atenção:

— Mãe, eu te disse "Como o céu está lindo, cheio de estrelas!"...

Mas você não ouviu...

E de repente me dei conta que o meu filho de sete anos,

moleque de cidade, saudavelmente "arteiro"

— que vive "escalando" muros, lajes, grades

e tudo o que mais perigoso encontrar

na sua infância urbana —

NUNCA havia subido em uma árvore...

E ao ouvir uma vozinha perguntando

— Mãe, o que é isso? —

de repente, chocada, me dei conta que,

nos seus quatro aninhos de vida,

a minha caçula NUNCA tinha visto uma vaca!


E de repente me dei conta de como a gente, nessa vida,

se acostuma a andar sempre olhando para o chão,

com medo de tropeçar, e para a frente,

com medo de perder o rumo...


E isso me lembra O Pequeno Príncipe:

— "Quem olha sempre para a frente

não pode mesmo chegar a nenhum lugar"...



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